28.10.09

quadra de amante.

como uma bailarina lapida
seu querer - diamante.
como uma acrobata evita
meu querer de amante.

27.10.09

tejo que me inunda.

cores que levam cores,
que levam flores,
que levam amores.
cores que banham corpos,
que enchem copos,
que carregam almas
e seguem cortejos.

cores que nunca morrem.

quem me dera ser cor
para banhar seus olhos
de tempestade fria:
negros, opacos, lindos.

escrevo no tejo de desabores
as cores do meu bem-querer.

cores que levam, que inundam.

azul branco onda e mar...

branco mar azul e onda...
mar onda branco e azul...
onda mar azul e branco...
azul branco onda e mar...

levem-me.

quem sou eu pra me lavar
das cores que vem pra me lavrar?

mar... mar... onda... mar...
infinito

19.10.09

quadra da tragédia.

ódio, fere quem me estende
o amor que segue a palma
e apunhala quem me prende
do outro lado da alma.

13.10.09

épico.

pintei o sol
e colhi estrelas
na garoa.

queimei a lira da
poeisa e amei
o mundo.

criei a vida
e dei aos porcos
pérolas.

depois de tudo
inventei o riso
da espera.

que venha o
vento que me encerra!

6.10.09

quadra da fuga.

escrevo como um desafogar.
como um despreencher de mim.
escrevo para me aliterar
e ver surgir a música do fim.

5.10.09

metamorfose.

e não me deixo encasular,
pois meu casulo é estar
cá fora.

a ver esquinas cheias
de pessoas mortas:
vale a existência apoética?

metamórfa vida que levo,
deixa estampados versos
onde há muros de silêncio.