16.10.08

dois momentos distintos.

1º:
Diante do futuro, as nossas certezas não parecem tão sólidas, como eram no momento de suas concepções. Para todo castelo de areia, há um vento suficientemente forte para derrubá-lo.

2º:
Vim com a noite, mas não estou por muito tempo. Absorva as minhas palavras e entenda meus movimentos. Já estou de partida, ou de chegada - a outro lugar. Viver é perder-se em cada encontro.

11.10.08

solitárias estrelas.

depois que inventaram a bússula,
as estrelas perderam sua graça.

hoje, eu olho para o céu, vejo
bolas de fogo cintilando sozinhas
e brinco de ligar os pontos.

antes, olhavam para as estrelas
e desvendavam o mundo inteiro.

5.10.08

no fundo, a verdade.

todas as
palavras,
no seu
ínterim,
são ocas.

por isso,
é função
de quem
escuta
enchê-las.

com
frag
men
tos
intactos
de nossos
sentimentos
escondidos.

3.10.08

pra não falar.

não vou falar de amor.
pronto, não falo.

(...)

se bem que sou incapaz
de falar de outra coisa.

pois eu amo,
amo muito e
me deixo consumir
por esse amor
maior do mundo.

mas se não vou
falar de amor,
deixo a folha em branco.

e sigo o cheiro de
torta pronta,
vindo da cozinha.

como quieto.
vivo quieto,
nas beiradas,
procurando
um jeito de não
ser romântico.

quieto, só assim,
encontro a resposta:
sou todo não-amor.

dro!ga.

2.10.08

olhos amargos de canção.

enquanto houver
poesia nesses meus
olhos amargos,
irei gritar o seu nome.

caso você, algum dia,
em qualquer lugar,
encontre o meu
lamento, peço que
mande resposta.

resposta como vento,
uma brisa gelada e fina,
para chocar no meu rosto
e secar essas lágrimas:

esse rio translúcido
impregnado na minha pele.

mande sua resposta
como tempestade e
derrube essa minha
armação de sentimentos.

cansei de dissimular canções.