eu nunca entendi
por que fui embora.
pra que deixei as
pegadas fundas
na areia,
se a noite era densa
e ninguém podia vê-las.
eu nunca entendi
por que os seus cabelos
voando no vento da despedida
me inebriavam tanto.
as minhas mãos vazias
e os olhos cheios de mágoas:
não, eu nunca entendi.
nem pretendo entender,
a dúvida é a certeza da
minha caminhada.
quando lhe vejo tão longe,
tão aquarelada, lembro-me
de mim mesmo:
quanto preciso seguir
em frente.
o tempo não cura
pequenas desilusões,
somos nós que esquecemos.
o tempo não passa,
somos nós que caminhamos.
31.5.09
27.5.09
um causo invero.
sobre a mesa,
pousa um besouro
espelhado com o
céu roubado sobre si.
quem dera,
além de nuvens
refletisse sonhos.
ainda hoje veria
outros olhos dentro
dos meus.
pousa um besouro
espelhado com o
céu roubado sobre si.
quem dera,
além de nuvens
refletisse sonhos.
ainda hoje veria
outros olhos dentro
dos meus.
quando o mundo curvar-se.
construí o meu castelo
na sua ausência.
você veio, olhou e,
com ares de quem
passa maus momentos,
sorriu com o canto
da alma.
eu percebi, olhei e,
com ares de quem
já passou maus momentos,
sorri de alma plena:
a tua lembrança já
não me invade mais.
na sua ausência.
você veio, olhou e,
com ares de quem
passa maus momentos,
sorriu com o canto
da alma.
eu percebi, olhei e,
com ares de quem
já passou maus momentos,
sorri de alma plena:
a tua lembrança já
não me invade mais.
15.5.09
fuga.
sou um péssimo leitor.
em cada livro,
me transbordo por completo,
me desconfiguro, morro quieto.
das palavras retiro
a minha própria sinfonia.
e adormeço breve no colo
da poesia.
desencanto a beleza
das histórias:
não sofro por Tristão,
não morro com Isolda.
se leio Dirceu,
penso em você.
e Marília já não é
tão bela.
em cada livro,
me transbordo por completo,
me desconfiguro, morro quieto.
das palavras retiro
a minha própria sinfonia.
e adormeço breve no colo
da poesia.
desencanto a beleza
das histórias:
não sofro por Tristão,
não morro com Isolda.
se leio Dirceu,
penso em você.
e Marília já não é
tão bela.
7.5.09
embaraço.
escrevo recolhendo trapos,
retalhando o espaço com
uma porção de cacos de
espelhos embaçados.
a imagem que surge difusa
não me revela os traços
errados do nosso embaraço.
da nossa dança de tatos,
contorcionando fatos,
vejo surgir uma aurora tão limpa
que me cega os olhos por
um segundo breve de ilusão.
e o estilhaço.
de novo ao chão.
escrevo recolhendo cacos,
retorcendo trapos,
desmontando fatos,
repelindo tatos,
à procura cega do reflexo velho
que me traz você.
retalhando o espaço com
uma porção de cacos de
espelhos embaçados.
a imagem que surge difusa
não me revela os traços
errados do nosso embaraço.
da nossa dança de tatos,
contorcionando fatos,
vejo surgir uma aurora tão limpa
que me cega os olhos por
um segundo breve de ilusão.
e o estilhaço.
de novo ao chão.
escrevo recolhendo cacos,
retorcendo trapos,
desmontando fatos,
repelindo tatos,
à procura cega do reflexo velho
que me traz você.
4.5.09
pausas.
perder é se enganar nas pequenas causas,
acreditar na completude do amor vazio.
perder é se entregar às pequenas pausas,
lançar as esperanças em um mar bravio.
acreditar na completude do amor vazio.
perder é se entregar às pequenas pausas,
lançar as esperanças em um mar bravio.