6.3.08

e depois de tanto tempo...

... crianças continuam sendo fantásticas, vai ver é por isso que irritam tanta gente. Já parou pra perceber que, não importa o momento, elas riem da sua cara se seu cabelo estiver estranho? Ou gritam que querem fazer 'cocô' pra quem quiser ouvir até alguém as levar para fazer o treco?
Sem contar que mentem quase o tempo todo e de uma forma que, mesmo a história sendo absurda, nós quase acreditamos. Eu já fui uma dessas crianças que conseguem mentir até na hora de dizer o que comeram na escola. Não dá pra entender, mas quando se é criança, mentir é tão gostoso - num comparativo, deve ser como fim-de-semana para estudantes -, contar uma mentira é sair da realidade e entrar num mundo que é só seu, e pode ter certeza que cada criancinha tem seu próprio com direito a monstros, ETs, amigos imaginários, princesas, castelos, dragões, super-heróis e, claro, o dia do brinquedo.
Sim, o dia do brinquedo é outro motivo irritante. Tá, tudo bem, são crianças e precisam do contato com jogos, mas por que só elas têm direito que perder uma sexta-feira inteira brincando ao invés de ter aulas ou fazer outra qualquer coisa? Não, eu não quero um dia do brinquedo, mas podia existir, para cada faixa etária, algo semelhante. Imagine só: para as crianças-crescidas (vulgas pré-adolescentes) um dia sem aula basta para ficarem felizes, mas aos adolescentes, um dia sem aula mais uma boa excurção para a praia não caía mal. Já para os adultos, sabe aqueles que trabalham e não têm tempo para nada? De certo, adorariam passar um dia em casa, pra dormir até tarde e depois, quando o sol está apino no céu, fazer aquele churrasco que a vizinhança inteira fica com uma vontade tremenda de participar.
Dentre todos os motivos, o mais irritante é o fato de, apesar de não fazerem nada, de não pagarem contas, de não terem obrigações e nem terem que cumprir horários, elas conseguem reclamar quando algo não está de acordo com elas e, milagrosamente, todos - sim, todos - caem aos seus pés para lhe fazer as regalias e comprar isso e aquilo - mesmo que o 'isso e o aquilo' seja aquele miserável ponei da loja de brinquedos que custa a bagatela de 2 mil reais e não faz nada de útil.
Crianças, sempre elas.

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