tão mais belo do que se pintar,
tingir os olhos, os lábios de rouge
- só não deixe que a tinta invada
sua alma e dissimule as imperfeições -
permita-se abrir em flor,
sentir o cheiro da noite:
do orvalho o pranto.
o pranto é belo,
a noite é bela e calma:
silenciosos...
ei mulher,
teus olhos em pérolas
parecem brilhar como estrelas.
roubou a lua, eu sei, posso ver.
o céu está nublado e sua alma, limpa,
uma luz lunar emana do espaço
que cavaram em seu peito.
cavaram com dedos ferozes?
parece chegar-lhe ao coração.
parece que o coração está ferido
por espinhos, sangrando...
e pulsa? escute, pulsa!
dê-me um pouco, dê-me de beber
e beberei... até cair embriagado
cantando o hino dos homens perdidos
- perdidos de amor -
eu sei, mulher, roubara a lua
tentando parecer completa,
como se fosse possível!
cobrir o poço da alma com a água
que jorra de outras bicas.
transborde com suas lágrimas,
o rio sempre é límpido, sincero.
um dia tudo passará, como passa!
então sua flor estará aberta, amarela,
exalando a esperança de ser nova.
nova flor no meio da noite fria.
mas a noite é bela e a flor, pequena.
ei mulher, deixe que eu chore
as suas lágrimas, as suas feridas.
deixe que eu carregue por toda noite
o pesar das suas costas: parece cansada.
tape o brilho com as mãos,
meus olhos estão fustigados.
pareço ser consumido por essa luz,
enquanto chego perto e corro o braço,
esse meu braço que enfrentou a vida,
pelo seu pescoço. posso te carregar,
passaremos juntos essa noite,
um dia não vamos querer acordar.
por enquanto, abro as asas e lhe cubro.
sei o nome de uma dúzia de estrelas,
posso lhe dizer, se ajudar nos sonhos.
mas durma, durma tranqüila,
enquanto lhe faço lembrar que a vida
é muito mais que olhos pintados de negro,
enquanto devolvo a lua aos amantes.
no seu peito vazio haverá um espaço
que eu posso preencher.
mas só se ele estiver plenamente vazio,
como sua alma sempre esteve.
sentir o cheiro da noite:
do orvalho o pranto.
o pranto é belo,
a noite é bela e calma:
silenciosos...
ei mulher,
teus olhos em pérolas
parecem brilhar como estrelas.
roubou a lua, eu sei, posso ver.
o céu está nublado e sua alma, limpa,
uma luz lunar emana do espaço
que cavaram em seu peito.
cavaram com dedos ferozes?
parece chegar-lhe ao coração.
parece que o coração está ferido
por espinhos, sangrando...
e pulsa? escute, pulsa!
dê-me um pouco, dê-me de beber
e beberei... até cair embriagado
cantando o hino dos homens perdidos
- perdidos de amor -
eu sei, mulher, roubara a lua
tentando parecer completa,
como se fosse possível!
cobrir o poço da alma com a água
que jorra de outras bicas.
transborde com suas lágrimas,
o rio sempre é límpido, sincero.
um dia tudo passará, como passa!
então sua flor estará aberta, amarela,
exalando a esperança de ser nova.
nova flor no meio da noite fria.
mas a noite é bela e a flor, pequena.
ei mulher, deixe que eu chore
as suas lágrimas, as suas feridas.
deixe que eu carregue por toda noite
o pesar das suas costas: parece cansada.
tape o brilho com as mãos,
meus olhos estão fustigados.
pareço ser consumido por essa luz,
enquanto chego perto e corro o braço,
esse meu braço que enfrentou a vida,
pelo seu pescoço. posso te carregar,
passaremos juntos essa noite,
um dia não vamos querer acordar.
por enquanto, abro as asas e lhe cubro.
sei o nome de uma dúzia de estrelas,
posso lhe dizer, se ajudar nos sonhos.
mas durma, durma tranqüila,
enquanto lhe faço lembrar que a vida
é muito mais que olhos pintados de negro,
enquanto devolvo a lua aos amantes.
no seu peito vazio haverá um espaço
que eu posso preencher.
mas só se ele estiver plenamente vazio,
como sua alma sempre esteve.