Lá em cima da mangueira,
lia uma vida em branco.
Aprendeu a ser gente grande
com dois passarinhos mortos
e um estilingue na mão.
Queria ser caçador,
mas acabou virando poeta.
Trocou as suas presas
por papéis e vírgulas.
Trocou a árvore e o quintal
por um escritório pequeno.
Trocou uma manhã de infância
por uma tarde na cidade.
Só não conseguiu esquecer
seu caçador-interno:
Decidiu matar personagens.
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