o passado, o presente e o futuro
são três irmãos feios e solitários.
o passado sabe que é feio,
mas não aceita sua condição.
por isso, vez ou outra, cria
uma porção de máscaras
(ou memórias, se preferir)
e volta em nossas mentes
a fim de apagar a nossa
lembrança de sua feiura.
o presente possui espelho.
vê seu reflexo horrível,
senta no chão da eternidade,
chora por sua falta de sorte,
mas não faz nada para mudá-la.
espera, no entanto, que façamos
algo de notável com sua
imperfeita existência.
dos três,
o mais perverso é o futuro.
apesar de sentir-se horripilante,
faz de tudo para que
sintamos medo absurdo.
quando nos deparamos com ele e
percebemos quão inferiores somos,
inventamos os sonhos:
uma forma meio besta de tentar
enfrentar e amansar o monstro
de setenta pés, que nunca
conseguiram dominar.
somos, no fundo, a porção de
rara beleza na brincadeira do tempo.
o mais perverso é o futuro.
apesar de sentir-se horripilante,
faz de tudo para que
sintamos medo absurdo.
quando nos deparamos com ele e
percebemos quão inferiores somos,
inventamos os sonhos:
uma forma meio besta de tentar
enfrentar e amansar o monstro
de setenta pés, que nunca
conseguiram dominar.
somos, no fundo, a porção de
rara beleza na brincadeira do tempo.
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