escrevo porque minha alma pede
e seu lamento é furacão.
escrevo porque meu corpo padece
e meu delírio é solidão.
escrevo ao dobrar esquinas procurando
estrelas nos olhos dos outros.
a miragear a minha história com o
fadiga dos lábios fendidos dos outros.
na realidade esquecida dos outros.
eu canto porque me espantar é
consolar a lástima de seguir vivendo.
eu canto porque o vento implora
pelo meu peito aberto em melodia.
eu canto quando cai o dia no sol
mais morno da poesia.
onde há versos, há nascente.
e quem parte desses olhos
já partiu minha alegria.
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