26.12.08

uma noite calma.

apareceu quando não havia luzes,
caminhando em passos leves,
procurando um coração sincero.

a noite, dama sem pudores,
não o advertiu... divertia-se,
no entanto, com o visitante.

e, num relance, descobriu as
minhas pálpebras, os meus olhos
agudos sofrendo calados.

invadiu meu sonho...
que não era bonito também,
apenas uma ilusão qualquer
para dar graça ao sono.

quem é? - não houve resposta.
quem é? - a minha pergunta vagando
(sutilmente) pela brisa de verão.

acordei assustado, suando,
uma lágrima pendendo do olho.

e vi a silhueta no vulto.
escutei a voz no que era mudo.
contemplei a lembrança estampada
no móvel - um passado, o sorriso...

quem sou?

responde-me aos poucos,
gotejando as palavras
para afixá-las em mim.

eu sou a sua vontade mais intensa,
o seu sentimento sem sentido...
eu sou o dilema ao pé da estrada
entre o futuro e o passado:
de vez em quando, me chamam saudade.

2 comentários:

Veri. disse...

"responde-me aos poucos,
gotejando as palavras
para afixá-las em mim"

vai se fuder.
mesmo.

M. disse...

como sempre,perfeito.