30.1.08

enquanto estou aqui...

a vida não pára lá fora. Sim, é uma adaptação do slogan do Último Segundo, do site IG, mas é a pura verdade. Enquanto eu escrevo, provavelmente, alguém discute com a mulher e uma criança chora. Um filho se define "ovelha negra da família" e sai de casa, um guarda noturno assume seu posto e muitas pessoas conversam por internet, talvez por telefone.
Por outro lado, muitos vovôs e vovós dormem, debaixo de suas aconchegantes cobertas de tricô. Têm gente lendo também, outros fazem uma oração, acendem vela, fazem seus rituais noturnos. Umas pessoas colocam meias nos pés quase congelando de frio.
Num outro lado do mundo, já está amanhecendo, ou já amanheceu faz algum tempo. Pessoas tomam café-da-manhã e correm pro trabalho, ou almoçam entre um relatório e outro. Uns beijam a esposa e dizem "Bom dia", enquanto o despertador continua tocando. As aulas de algum lugar estão acabando e, deve haver, algum estudando criticando um professor ou uma matéria.
Se a gente prestar atenção, dá pra escutar alguém rindo, roncando, ou tomando banho - e, vai ver que, depois de se enxugar ele escove os dentes. Tem cheiro de sabão em pó no ar, alguém tirou um pijama recém-lavado da gaveta.
Além de mim, mais alguém atualiza seu blog. Um tal escritor, acaba um novo capítulo do seu livro. Um filme continua sendo gravado ou editado - e, quem sabe um dia, não seja um sucesso? Uma última pincelada é dada num quadro. Um ator acaba de ser admitido.

E se eu quisesse, continuaria falando a noite inteira sem parar. Há muitas coisas acontecendo enquanto você está sentado de frente pro computador. O mundo nunca pára.

NUNCA.

29.1.08

quase no fim.

E depois de queimar todos os neurônios, quase acabei todas as letras do CD. É difícil pensar em refrões legais e melodias sempre diferentes - uma da outra. É difícil não falar de amor quando isso é o que mais se escuta falar por aí. Tocar bateria até os dedos coçarem de tão vermelhos e insistir nas mesmas notas do piano, enquanto nenhuma idéia surge na sua cabeça. Mas no fundo, eu gosto - eu me sinto bem a cada letra que a banda aprova, a cada 'novo sucesso' que eu escrevo, a cada composição pronta. É legal ter uma banda, principalmente quando você faz o que mais gosta nela: escrever e tocar bateria.

28.1.08

até amanhã.

Minhas férias acabam amanhã e já são 17:33, ou seja, me restam cinco horas antes de ter que ir dormir. Tenho quase certeza que, como em vezes passadas, dormirei mal essa noite - nem tanto pela ansiedade do primeiro dia, mas pela angustia dos outros cinco meses que passarei estudando, das provas e de acordar cedo.
Pra quem acordava todos os dias às 11:00, ter que voltar a acordar às 6:30 é uma tortura, mas nada que a rotina não adapte. Putz, a rotina! Como eu não gosto de fazer todos os dias a mesma coisa - acordar cedo, ir à escola, almoçar, dormir um pouco, estudar, estudar, um pouco de computador, banho, comer e dormir. Não que eu tenha feito grandes coisas nas minhas férias, mas eu não tinha horários: e isso é o legal! Fazer o que quiser, na hora que quiser, mesmo que seja não fazer nada. E pra completar os dias - sem exceção - têm amanhecido nublados e frios, e tem clima melhor que esse pra enfrentar horas de sala de aula?
Está bem, vejamos pelo lado bom. É, um... então, como eu ia dizendo, acho que a volta às aulas podia ser só depois do carnaval. Espero que as carteiras desse ano sejam mais confortáveis, dormir sentado é um feito pra poucos.
- Ei, mocinha, acorda aí!

22.1.08

nos bastidores da grande tenda.

É difícil lembrar uma história inteira, com seus mínimos detalhes, aos noventa anos. Ou noventa e três anos. Ainda mais quando se mora num asilo cercado por velha amáveis e senhores mentirosos. É assim que começa "Água para elefantes", de Sara Gruen, que narra a história de Jacob Jankowski, o tal senhor de noventa ou noventa e três anos, que em momento algum de sua vida citou o tempo que passou trabalhando no circo - ele esperava nunca tocar no assunto até um dia, quando uma tenda estranha é erguida perto da casa para idosos na qual morava e, bastaram alguns minutos, para descobrirem do que se tratava: um circo, que trouxe, com sua presença, lembranças antigas a Jacob.
Tudo começou aos seus 23 anos, quando ficou orfão e sem dinheiro algum. Ainda cursava a faculdade de veterinária, mas decidiu largar os estudos no dia da última prova do ano. Perdido numa América de 1922, que presenciava a quebra da bolsa de valores, decidiu, aleatóriamente, se juntar ao "Esquadrão Voador do Circo Irmãos Benzini - O maior espetáculo da Terra", um circo que se deslocava em um trem.
Pelo sua faculdade quase completa, foi admitido como veterinário do circo e, a partir de então, passou a conviver com August, o chefe do setor dos animais, que era bipolar; o Tio Al, o dono do circo e golpist; a encantadora Marlene - primeira paixão de Jacob, mas havia um porém: ela era casada com August; e Rosie - a elefanta que todos acharam que era estúpida, mas, no fundo, era muito inteligente.
Uma história original que traz reviravoltas até o fim. Depois desse livro, é impossível não lembrar dos personagens ao se escutar falar de qualquer circo.

21.1.08

inevitável.

É inevitável: terça-feira que vem tudo começa de novo - as aulas, as manhãs perdidas, as madrugadas em claro e as tarde estudando. O mais problemático da situação é a data da volta: quatro dias antes do carnaval. Ora, me diga que estudante em sã consciência vai se dedicar ao máximo nesses pouco tempo entre as férias e o feriado prolongado? Tirando os alienados e apaixonados pela escola - ninguém.
A verdadeira causa dessa data é atrapalhar as nossas férias, e depois falam que são os alunos que implicam demais com as regras da escola.

20.1.08

mundo perfeito.

Cansei desse mundo das propagandas de margarina. Nada é tão perfeito que não pode ter erros, falhas. Duvido que por aquele monte de sorrisos largos e branquelos nunca passou uma alface indesejada, ou nunca caiu suco na toalha e pior, será que ninguém acorda de mal-humor uma única vez?
Eu gosto das imperfeições - elas tornam o mundo mais real.

19.1.08

cheiro de novo.

E tudo isso tem cheiro de novo. De novo.
Cansei de tentar mudar o que não tem jeito, o que não tem volta. Vou aceitar essa minha realidade e partir para o meu final feliz - que nem deve ser tã feliz assim. Vou mergulhar de barriga nesse mar incerto do futuro e esperar que alguém me cutuque para eu sonhar. De novo.

18.1.08

hoje.

Hoje é uma chance para um novo começo.

17.1.08

esse você em mim.

Provas de amor sempre marcaram os mais distintos romances e, ultimamente, existe uma que vem ganhando mais seguidores: tatuar o nome do amado, em letras garrafais, em lugares visíveis do corpo e, então, sair por aí mostrando a graça da alma-gêmea.
O problema começa no fim. O relacionamento acaba e cada um segue sua vida, mas aquele desenho na sua pele não vai embora com o tempo. E o que fazer com o elefante branco? Esconder? E quem consegue esconder pra sempre, por exemplo, a nuca, o braço, a mão, o pé? Uma hora ou outra, a bendita vai aparecer para alguém e aquela situação mais do que embaraçosa vai se instalar no ar:
- Quem é Kelly Jaqueline?
E dá pra responder o que à essa pergunta?

Saída 1:
Falar que é a filha.
Não cola - você pelo menos a apresentaria para a namorada e, na melhor das hipóteses, ela a aceitaria como "filhinha". Mas, na maioria dos casos, as pretendentes fugiriam de você, como um gordo foge do nutricionista.
Com certeza, essa é a pior saída.

Saída 2:
Dizer que é a irmã mais nova.
E se sua mana for uma daquelas pentelhas que vai dizer que Kelly Jaqueline foi sua ex-namorada? Melhor não arriscar. Pior! E se você não tiver irmã? Complicado demais.

Saída 3:
Ah claro! Pode dizer que fez em homenagem à mamãe.
Tá, tá, tá, e desde quando sua mãe tem esse nome de garota de 20 anos? Vai dizer que ela engravidou cedo? E se sua mãe não gostar da brincadeira e não cooperar, falando a verdade para a nova namorada? Também não é uma boa saída.

Saída 4:
Falar a verdade.
Pode ser a saída mais sensata. Só que há um porém: e se a sua nova "tampa da panela" pedir pra você tatuar o nome dela também? Você vai cair no conto do vigário e acreditar que esse novo romance é para sempre? E se ela te deixar na outra semana? Então, para a próxima namorada, você terá dois nomes femininos para explicar.

Na verdade, o mais sensato é nunca fazer uma coisa desse tipo, mas caso o desenho já esteja feito, há alguns métodos para tentar apagá-lo. Por exemplo, tatuar uma outra coisa por cima disfarçando, ou passar por terríveis, dolorosas e caras sessões de laser que não deixam um resultado totalmente satisfatório no fim.
No fundo, o fato é que, mesmo depois de muitos sacrifício para esconder a tatuagem, lá dentro, debaixo de todas as dermes, bem no peito - dentro do coração, aquele nome continuará estampado por toda a vida.
- E aí, Débora, quem é Falcão?

16.1.08

deixem o papagaio falar.

Outro livro, além do Caçador de pipas, me tomou tempo nesse início de Janeiro, A décima segunda noite, de Luis Fernando Verissimo. Diferente de muitos outros romances lidos, este traz um texto engraçado contado por um papagaio.
Tudo começa quando Orsine abre um salão de cabeleireiro, em Paris, e quer dar ao local um ar brasileiro. É então que o narrador entra em cena, se transformando em objeto de decoração no lugar. De sua gaiola ele observava tudo que acontecia.
Foi num dia desses que chegou para trabalhar no salão o jovem Cesar, mas o que ninguém esperava era que ele, na verdade, fosse Violeta - uma jovem brasileira recém-chegada na França - disfarçada. Henri, o papagaio, que sabia o segredo da moça se apaixonou por ela, que por sua vez estava apaixonada por Orsine. Mas tinha um outro porém na história: Orsine estava apaixonado por Olivia, a qual estava de luto pelo irmão falecido.
Esse polígono amoroso e outras confusões paralelas, recheiam essa história fazendo-a um prato cheio para risadas. Você que gosta de narrativas bem-humoradas não pode deixar de ler mais essa!

15.1.08

uma pipa azul.

Comecei 2008 mergulhado nos livros - já aumentei a minha coleção em dois volumes. Comecei pelo tão famoso O caçador de pipas, de Khaled Hosseini, que me rendeu bons momentos de reflexão. Faz tempo que quero ler esse livro, mas fiquei adiando sua leitura receoso do que encontraria em seu enredo. Pode apostar, esse romance me levou aos mais diversos sentimentos com sua trama cheia de imprevistos, amores, lições de moral, medo e, acima de tudo, muita amizade.
A história começa com dois amigos de infância, Hassan e Amir, apesar de pertencerem a etnias, religiões e culturas diferentes, nasceram e cresceram juntos na cidade de Cabul, Afeganistão. O climax da história se dá no inverno 1975, em uma disputa de pipas que mudaria a vida dos dois para sempre. Muitos anos depois, haveria uma última chance de redenção para Amir que, desde aquele dia frio de 1975, não teve coragem de se desculpar para o antigo amigo Hassan, nem de apagar seu passado manchado pela culpa.
É possivel se emocionar até a última página desse livro que, merecidamente, foi eleito o melhor livro de 2007, pelo San Francisco Chronicle. Só mais uma coisa: leia antes que saia o filme, para poder compará-los depois. Aposto que você gostará mais do livro.

14.1.08

o que eu quero em 2008.

Um novo ano começou e, junto a ele, se renovaram todas as nossas velhas esperanças e surgiram alguns novos sonhos para 2008. Eu tenho as minhas expectativas para esse ano novo e mais que isso, dessa vez eu batalho para concretizá-las.
Primeiro, queria tirar férias e sumir um pouco do tumulto que é Campinas, dito e feito: cheguei hoje de Olímpia - a cidade do folclore. Sabe, eu gosto de lá, deve ser por isso que não me importo mais em ir todo ano para lá, gosto dessa sensação de cidade pequena, do clube que tem lá, da casa reformada da minha avó, da liberdade de andar pelas ruas de noite sem se preocupar com ladrões, assaltos, seqüestros e, principalmente, gosto do calor de 30°C presente em todos os dias de verão e de, quando com muito calor, me trancar na sala que tem ar-condicionado.
Esse ano, eu faço aulas de teatro - uma dessas minhas paixões adormecidas que nunca me saiu da cabeça, porque eu sei que sou bom nisso. Sabe, antes de querer ser escritor, eu sempre quis ator e ainda há tempo para sê-lo. Vou continuar a escrever por aqui - seja por vício ou por capricho próprio. Vou fazer academia e colocar aparelho nos dentes. Lerei pelo menos 10 livros e comentarei cada um aqui.
Também acabarei de escrever um livro inteiro, cansei de por na gaveta essas várias narrativas que eu encerro pelo meio. Nem que seja ruim, o meu primeiro romance sai esse ano - espero que a idéia seja boa e alguém o leia em um dia escuro de inverno.
Nesse ano, eu acabo de compor - junto ao meu irmão, todas as músicas do nosso primeiro CD. E pode ter certeza: me esforçarei para fazer o mínimo de letras sobre amor, quero ser criativo e sair do padrão.
Vou continuar a fazer aulas de percussão e deixarei que meu pai me ensine a tocar piano, instrumento que é meu velho conhecido de umas aulas quando eu tinha uns dez anos. Dessa vez eu aprendo, nem que seja só para compor umas harmonias novas. Vou me dedicar, também, ao estudo de samba na bateria, a coisa mais difícil de se tocar naquele trambolho de pratos e tambores. Vou aprender a cantar bem afinado para não reclamarem enquanto eu canto o dia inteiro.
Quero parar de me preocupar com o que não pude ou deixei de fazer - é passado e não dá para mudá-lo, porém me esforçarei para fazer as escolhas certas em cada dia para ter um bom futuro. Não vou mais reclamar da minha vida e do que eu faço com ela.
Pararei de achar que Geografia e História são matérias inúteis e vou tentar entendê-las e estudá-las de verdade (e não na véspera da prova). Não irei mais expor todo o meu conhecimento biológico por onde passo, ao ponto de acharem que eu tenho que fazer Medicina.
Tentarei ser mais compreensivo e menos explosivo - pessoas estressadas queimam neurônios e vivem menos. Eu começarei meu plano de vida saudável para chegar aos noventa anos - quero ser que nem o meu avô que tem noventa e oito anos e tem mais memória que eu.
Anseio que esse novo ano não passe voando e que seja repleto de acontecimentos bons. Chega de CPIs, de crises, de mortes, de guerras - é hora de ter paz. Espero que as pessoas abram os olhos e percebam o mundo que vão deixar para suas próximas gerações. Desejo que cada um reavalie sua vida e tente mudar seus erros. Eu quero que esse ano marque nossas vidas para melhor.
Que venha 2008!