15.9.08

mãos nos olhos.

nas curvas percebemos a delícia de
estar longe das estradas, do volante,
das direções, quase sempre,
contrárias aos nossos pensamentos.

só com as mãos na frente dos olhos
e a fuga dentro do peito,
encontramos paz em ser foragido.

eu nunca corri fora do quintal,
sou pássaro engaiolado no meu
medo-próprio de não-acertar.
de cair em alguma armadilha,
antes de perceber a delícia de
ser livre pro vento.

totalmente livre para correr
a favor da direção errada e
perceber que não sou capaz
de viver sem o peso de estar
voltando para casa.
voltando de outras casas.

na volta, há fuga.
há curvas, somente.

Um comentário:

M. disse...

medo,meu pior inimigo!