nas curvas percebemos a delícia de
estar longe das estradas, do volante,
das direções, quase sempre,
contrárias aos nossos pensamentos.
só com as mãos na frente dos olhos
e a fuga dentro do peito,
encontramos paz em ser foragido.
eu nunca corri fora do quintal,
sou pássaro engaiolado no meu
medo-próprio de não-acertar.
de cair em alguma armadilha,
antes de perceber a delícia de
ser livre pro vento.
totalmente livre para correr
a favor da direção errada e
perceber que não sou capaz
de viver sem o peso de estar
voltando para casa.
voltando de outras casas.
na volta, há fuga.
há curvas, somente.
Um comentário:
medo,meu pior inimigo!
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