6.7.08

ao juvento eterno.

não há nada além de morte
no seu futuro, meu caro.
toda a sua vida já está pintada
na parede da sala,
debaixo da coberta,
entre a moldura bela,
basta ter coragem de enfrentá-la

(uma tarefa muito difícil para alguém
que sempre buscou evitar a realidade
teatral do mundo).

a coragem é a maior e única virtude
jamais alcançada em toda a sua
existência eloqüentemente trágica,
mas ainda resta um pouco de inverno,
caso queira buscá-la de dentro dos prazeres.

peço, apenas, meu caro, que seja breve,
pois é chegada a hora de um de nós dois.
ou eu, o tempo, eterno na minha
dança mágica de ponteiros
ou você, humano, trajado de
vestes imortais e límpidas,
deverá afogar-se no escuro
e frio avesso da realidade.

de agora em diante,
a sua arte é absolutamente inútil
diante do meu punhal de palavras.
o fim chega para todos, Dorian.

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