12.7.08

roubar livros.

poderia roubar um livro,
talvez dois ou a biblioteca toda.
ninguém notaria a falta de um
encadernado de Cervantes,
d'um exemplar de Jorge Amado.

"Não tenho coragem", grito para
dentro da boca calada.

ah, se a coragem não estivesse
tão longe de mim, sairia daqui
rasgando as calçadas como
um trovão em tempestade.

mas não chove.
nem dentro, nem fora
de mim.

e por isso, guardo Fernando,
Cecília, Drummond e Machado
de volta na estante.
até que, num belo dia de Outubro,
um deles venha ceiar comigo.

ou dormir comigo.
ou viajar comigo
para um mundo secreto
(mudo e belo)
escondido entre o prólogo
e o epílogo da suas antologias.

Um comentário:

Anônimo disse...

aaai mto neeeni *__*
talento em vs ? de sobra ein :D
beijos teeefo ;*