poderia roubar um livro,
talvez dois ou a biblioteca toda.
ninguém notaria a falta de um
encadernado de Cervantes,
d'um exemplar de Jorge Amado.
"Não tenho coragem", grito para
dentro da boca calada.
ah, se a coragem não estivesse
tão longe de mim, sairia daqui
rasgando as calçadas como
um trovão em tempestade.
mas não chove.
nem dentro, nem fora
de mim.
e por isso, guardo Fernando,
Cecília, Drummond e Machado
de volta na estante.
até que, num belo dia de Outubro,
um deles venha ceiar comigo.
ou dormir comigo.
ou viajar comigo
para um mundo secreto
(mudo e belo)
escondido entre o prólogo
e o epílogo da suas antologias.
Um comentário:
aaai mto neeeni *__*
talento em vs ? de sobra ein :D
beijos teeefo ;*
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