De repente, entre uma e outra inspirada de ar, veio à minha minha mente a vontade de escrever sobre coisas incrivelmente redondas. Não, não há um grande motivo para tamanho desejo, ele veio e, por falta de coragem para suprí-lo por outro, decidi realizá-lo. Concordo que parece loucura e não deixa de sê-la, talvez as melhores idéias sejam essas, as quais aparecem do nada, não vão embora e lhe motivam a pensar.
E eu pensei sobre o assunto por alguns minutos. Primeiro, imaginei só a circunferência, depois a mesma cheia de qualquer coisa, depois a transferi para um plano tridimensional e vi surgir a Terra. Na verdade, poderia ser qualquer outro esfera, mas dizer que surgiu o nosso planeta, dá ao meu pensamento a importância necessária, afinal não é todo mundo que gasta tempo falando sobre coisas, como já foi dito, incrivelmente redondas.
É certo que "incrivelmente" só precede "redondas" pela complexidade desenhar um círculo, por exemplo, digo à mão livre, sem compasso. Pelo menos as pessoas normais não conseguem desenhar algo melhor que uma figura oval um pouco torta. Por isso, desenhar um círculo, foge à perfeição geométrica e passa a ser uma realização pessoal - há a possibilidade de você não se importar com geometria e achar tudo que foi falado agora uma tremenda besteira.
De qualquer forma, inegavelmente, o 'redondo' faz parte do nosso dia-a-dia, seja na roda do carro, seja na forma da maçã, seja na barriga grávida, seja na bola de futebol. Somos facinados por tal forma, somos forçados a aceitá-la como normal, praticamente como uma verdade indubitável - vivemos a mercê do círculo, o qual não tem cantos nem lados. Façamos um comentário a parte, nesse momento: não me venha falar do lado de dentro e do de fora, ainda estamos comentando sobre uma imagem plana.
Pronto, agora vamos à parte prática. Fiquei outro tanto de horas pra pensar qual a relação entre nós, seres bípedes pensantes, e as figuras, como você já deve saber, incrivelmente redondas. Nada a princípio. Nada depois de um tempo. Nada. Nada. Até que veio a luz e, geralmente, quando ela aparece fica tudo tão claro que não dá pra manipulá-la direito. É preciso fechar e abrir os olhos várias vezes até que, atravéz da nova iluminação, possa-se distinguir formatos e lugares. Então, depois de ruminar a idéia uma, duas, dez vezes, vem a conclusão, talvez óbvia demais para o tanto de tempo gasto gerando-a.
Poderia, agora, simplesmente, jogar a resposta nos seus ouvidos, até que ela eclodísse perto dos tímpanos, fazendo doer toda sua mente cansada desse papo, desse texto e de tantas outras coisas amontoadas desse dia. Mediante tal, separarei a respostas com reticências, pontos e vírgulas e você, por favor, leia-a da maneira certa, ou seja, sem ignorar as pausas. Depois dessas instruções, vamos ao que interessa, a resposta.
Nós, seres bípedes pensantes, gostamos tanto... das figuras, vamos adivinhe o que eu vou escrever agora, incrivelmente redondas... pois, é de nossa natureza... querer copiá-las. Nesse trecho, no qual a explicação fica muito complexa para ser didática, temo em informar: chegamos ao fim, diferente das circunferências que giram, giram, giram eternamente.
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