17.6.08

terráquios? - parte dois.

[ler parte um].

Klaptozioôn não era conhecido por seu exértico, nem pelo seu governo (ótimo, por sinal), muito menos pelos seus oceanos de águas verdes (uma cor muito feia, por sinal). Nada disso era tão bom que não existissem melhores, porém as tortas de doce de Ypegife klaptoziônica eram as melhores no Universo, por duas razões:
1) Só havia essa fruta nesse planeta.
2) Só os klaptozianos sabiam como descascá-la.

Uma explicação rápida, a qual pode ser pulada sem que a história se altere. Primeiro, caso ainda não saiba, Ypegife é uma fruta azul, do tamanho de um punho fechado, cheia de espinhos e sua casca é tão resistente quanto concreto. Como em Klaptozioôn só existem dois tipos de fruta (essa e o morangóide, parecido com o morango terráquio), foram gastos muito dinheiro em pesquisas agrículas para conseguir fender a resistente casca da Ypegife.
Conseguiram, depois de muitos milhões de ziondólares, rasgá-la e, para decepção geral, encontraram lá dentro uma polpa viscosa meio amarela. Depois de várias discussões, decidiram quem seria o primeiro a experimentar a descoberta e, dessa vez para alegria geral, a cobaia adorou o sabor, a textura em contato com a língua, o cheiro. Era a fruta dos deuses!
Todo turista que experimentava a Ypegife queria levar um pouco para sua casa, mas como a polpa (sem a casca) apodrecia muito rápido e a fruta (com a casca) era inabrível, decidiram criar um doce. Tchanã, nasceu a Torta de Doce de Ypegife Klaptoziônica.

Voltemos a história. O que aconteceu foi que, após o isolamento dos planetas (devido as carapaças de invisibilidade) o PIB klaptoziônico caiu muito, pois não havia mais jeito de exportar o quitute tão amado. Entre as diversas idéias para aumentar o lucro do planeta, germinou uma que pareceu a mais sensata e científica de todas: secretar, ao redor das tortas, uma carapaça de invisibilidade e arremessá-las para fora do planeta, por intermédio de um canhão atozônico até seus compradores. Não pense: "Mas elas vão apodrecer no caminho", pois não irão - desenvolveram um método de mandá-las em gelo eterno para se conservar até colidirem com o destinatário.
Demoraram muitos anos até desenvolverem as tais tecnologias e, numa manhã clara do mês Dierryt, puseram o plano em prática e foi um tremendo fracasso, talvez o maior fracasso de todos os tempos: quando a primeira torta encostou na carapaça protetora de Klaptozioôn houve uma tremenda explosão - belíssima, similar as explosões solares, porém com menos fogo e mais brilho.

Num país desenvolvido da Terra, um astrólogo trancado em seu laboratório pôde ver a explosão e, aos poucos, viu surgir um planeta, o qual era grande, tremendamente roxo e cheio de fumaça da recém-explosão. Deu pulos de alegria pela descoberta.
"Talvez o Nobel seja meu esse ano" pensou quando seu coração chegou a boca.

[ler parte três].

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