13.12.07

sobre uma carta.

Papai Noel,

Faz tempo que desmascararam sua lenda para mim - uma pena, pois o mundo era tão fácil quando o senhor existia! Sabe, as coisas não precisavam de tantas explicações, bastava acreditar e tudo podia acontecer. Perguntas como "De onde viemos?", "Para onde vamos?", "O que fazer agora?", "O que é o infinito?", "Quem somos nós no universo?", simplesmente não passavam por nossas cabeças e, se passavam, eram logo respondidas com a ingenuidade que só crianças podem ter:

- Nós viemos do repolho.
- Nós vamos para onde quisermos.
- Agora, vamos brincar!
- O infinito é mais do que se pode contar!
- Nós somos a gente no universo.

E se acreditássemos de verdade no que estávamos falando, ficava tudo certo! Pena que as coisas não são mais assim para mim, agora entrou na minha cabeça um tal de raciocínio lógico e umas outras matérias escolares, que me fazem tentar entender essas questões intrigantes cada vez mais a fundo - e que fique claro: eu continuo sem explicação para a maioria delas.
Deve ser por isso que lhe inventaram, para terem uma resposta mais fácil na ponta da língua quando o jogo aperta, porém não se limitaram no senhor, criaram o coelhinho da Páscoa, os super-heróis e um tal de Barney - sim, o dinossauro rosa.
Papai Noel, se ainda posso acreditar um pouco em você, peço licença para um último pedido: espero que a vida nos dê motivos para sorrir em 2008, pois se assim for não terei motivos para me queixar.

Obrigado pela atenção,
Stefano.

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