a chama cobre e azul
encobre todo o papel.
aos poucos, vejo surgir
fuligem e nada.
parte das cinzas vêm
em minha direção,
mas a maioria voa
mundo a fora.
(em busca de algum
quintal limpo para sujar).
minhas mãos, trêmulas,
querem apagar a fogueira,
na esperança de encontrarem
cartas queimadas pela metade.
mal sabem que não é preciso,
pois o fogo queima tudo:
o papel, a lenha;
o álcool, a grama.
mas o fogo,
o fogo não mata as palavras.
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