sentado à beira
da estrada,
comendo poeira
das rodas,
jorrava palavras.
dizia ser sonhos
e vendia-os aos
nobres que não
sabiam sonhar.
fez fortuna assim:
trocando utopias
por esmolas.
com o tempo,
passou a viver
no palácio real
e, toda noite,
contava ao rei
os segredos do mundo.
por longos anos
metralhou ilusões
até que, numa tarde
sem-graça, morreu.
morreu montado
em denários de
ouro, rodeado de
sonhos e triste.
triste como se
nunca tivesse
sonhado.
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