2.5.08

plano perfeito - parte seis.

[ler parte um, parte dois, parte três, parte quatro, parte cinco]

Brasília, 21/02/08
Quinta, 15:00

O detetive Torres não era bom - era o melhor de Brasília, foi ele que desmascarou o Collor na época do impitchman e a maioria das CPIs conta com sua investigação. Dizem que não há obstáculos para ele: descobre senhas de cofres, entra em qualquer lugar, quebra sigilo telefônico e bancário, descobre qualquer pessoa atráves do número IP. Tudo isso sem deixar rastros que passou por ali. Para isso, utiliza de muita tecnologia - igual ou semelhante às apresentadas nos filmes americanos de espionagem.
Foi por tudo isso e alguns outros motivos pessoais que Ricardo o contratou. Não foi preciso muito tempo para que Torres tivesse as respostas (era um caso simples de ser resolvido): o sujeito que se apropriara do nome Carlos Alberto de Silva e Silva se chamava Eduardo Mendes e morava na cidade de Campinas.
- Para que ele está usando o nome do meu pai?
- Por enquanto, Ricardo, ele só se comunicou com uma mulher. Acho que é só diversão.
- Diversão? Diversão? Quero ver ele gargalhar quando o Getúlio e o Vargas estiverem na cola dele.
- Precisa disso?
- Sim.
Pra quem não sabe, Getúlio e Vargas não são bons - são os melhores matadores de Brasília.

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Cambuí, 17/02/08
Domingo, 7:00

Eduardo não dormiu a noite inteira, ao invés disso sonhou acordado com a mulher amada que nunca vira. Amava-a e podia sentir que pelos fios do computador chegava um sussuro apaixonado de sua correspondente. Só que tinha medo. Medo de contar a verdade: não era Carlos Alberto de Silva e Silva, nem sequer as fotos que dizia ser suas eram realmente suas. No fundo, o medo era que ela amasse Carlos e não Eduardo.

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Taquaral, 21/02/08
Quinta, 18:00

Mariana recebeu uma ligação dele convidando-a para ir ao cinema. Após o convite, os dois se emudeceram - ele se sentia envergonhado e desejava desligar, já ela sentia reseio de dizer sim e parecer extremamente fácil.
- Ah... pode ser, acho que não tenho nada marcado.
Os corações de ambos saltaram dentro do peito, a pulsação acelerou, os olhos se umideceram, o mundo parou e ficou observando-os naquele momento de maior êxtase: marcaram o primeiro encontro.
Fazia frio e ela pôde ver o rosto dele desenhado na espessa nuvem que saía do chocolate-quente.

[ler parte sete]

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