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Cambuí, 23/02/08
Sábado, 19:40
Abriu a porta do carro, sentou-se, respirou fundo e bem devagar, fechou os olhos e sorriu apreensivo - era o grande dia. Metade de Eduardo estava pulando de felicidade, pois iria encontrá-la, mas a outra metade estava apreensiva tentando imaginar a reação dela ao descobrir que Carlos não existia.
Deu a partida e percebeu que não havia mais volta: estava mergulhando de cabeça no desfecho imprevisível que criara sem saber.
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Shopping, 23/02/08
Sábado, 20:00
Mariana estava sentada em frente ao cinema (como haviam combinado). Da mesma forma que em qualquer outro encontro, ela imaginou que ele não viria. Batia as botas no chão e tomava seu choco-cappuccino vagarosamente para não parecer nervosa. Esbarrou, sem-querer, seu cachecol no chantilly do drink.
- Droga, logo agora!
Salivou em dois dedos e tentou limpar, mas continuou um pouco sujo.
- Quer ajuda, Mariana?
Estava tão entretida com a mancha que não percebeu quando ele chegou trazendo uma caixa de bombons. Ela continuou olhando para baixo, com vergonha de fitá-lo nos olhos.
- Você... você... veio.
Estavam bobos como adolescentes que acabaram de descobrir o amor.
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Brasília-Campinas, 22-23/02/08
Sexta-Sábado, 09:00-20:10
Getúlio e Vargas eram extremamente profissionais: sabiam que ordens eram ordens não importava o dia, a hora e a vítima. Na sexta-feira, quando Ricardo comunicou-os sobre um "serviço" em Campinas, sabiam que deveriam embarcar no primeiro vôo rumo ao aeroporto de Viracopos. Possuíam todo material necessário: arma, passaporte, passagem, fotos das vítimas, lugar de encontro e horário - esse tipo de coisa que os matadores sempre têm, mas ninguém sabe de onde eles conseguem.
Chegaram em Campinas na madrugada de Sábado e tiveram o dia livre para conhecer a cidade - que ironia, talvez você tenha esbarrado, na rua, com um matador profissional. De noite, duas horas antes do proposto, já estavam no shopping. Jantaram na praça de alimentação, viram algumas vitrines e aguardaram o momento certo. Ela chegou antes e não demorou muito para Eduardo a encontrar - estavam sem-jeito e totalmente apaixonados. Getúlio e Vargas gargalham de cena patética que observavam.
- O amor é uma droga: você ama para morrer. - Vargas disse por fim.
Getúlio concordou com a cabeça.
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