Eu estava sentado em um banco no fundo do metrô, comendo batatas fritas e lendo. O jornal daquele dia trazia as notícias que meus ouvidos já estava formigando de tanto escutar:
Morte, dor, sofrimento, o fim do mundo.
É chato saber que ninguém mais bota fé no mundo e eu sou um deles.
O metrô chegou na Estação da Sé. Muitos saíram e entraram.
Eu olhei na direção da porta e ela olhou pra mim. Eu pisquei e sorri.
A batata-frita ficou sem graça e gosto, perdi a vontade de ler.
A minha cabeça insistia em rodar me deixando sem ponto de gravidade.
Achei que iria cair, mas estava sentado: uma sorte.
Sorri de novo, ela nem se quer me olhou.
Ela não iria me notar, ela não me queria.
Droga. Voltei pro meu mundo das palavras.
Ela não iria vir até mim e nem podia, era só uma camiseta vermelha.
Surrada, mas linda.
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