7.11.07

sobre o outro lado da cama.

O lado direito da cama ainda estava quente, Roberto havia saído há pouco tempo: ele havia ido embora para sempre (pelo menos era o que sua carta dizia). Beatriz ainda possui duas deliciosas horas de sono antes do seu infernal despertador tocar durante alguns eternos segundos.
"Bia, Vai ver que um dia você intenda meus motivos, mas eu tive que ir embora. Não se desespere, pois você merecia algo melhor que eu. Talvez eu nunca tenha te contado, mas meu amor por você nunca foi verdadeiro e minhas palavras eram apenas uma forma de lhe iludir. Querida, eu sei que você irá chorar e me odiar pelo resto da sua vida, só que eu não queria mais essa vida de mentiras, sim, eu te trai e por isso não consigui mais aguentar essa dor. Roberto."
Ele imaginou que a carta a faria chorar e mais do que isso, ela se sentiria tocada pelas palavras e não ficaria tão magoada. Ele imaginou, apenas.
O relógio tocou, Beatriz esfregou os olhos algumas vezes para desenbaçar a vista, desligou o relógio e viu ao lado desse um bilhete escrito às pressas. Ao sentir o outro lado da cama vazio, já imaginou do que se tratava, não abriu a carta, não a leu. Ela não queria escutar pulsar nos seus ouvidos as verdades que ele queria falar.
Ele havia ido embora, e para ela foi só mais um fato do cotidiano.

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